Naquele tempo, não se comia o frango com pele de galinha. Os frangos eram tratados por forma a nunca poderem ter pele de galinha. Frango que se preze não tem pele de galinha. Ou tem pele de frango, ou tem pele de galinha. Frango não é galinha. E galinha não é, claro, galo. A propósito, há certos galos tristes. São os galos de Barcelos. Em Barcelos os galos revelam-se anormalmente tristes. Barcelos não teme que os seus galos morram de tristeza. Os galos de Barcelos não são exactamente de Barcelos. São de ali perto. Está provado, com quantidade copiosa de provas irrefutáveis, que os ditos galos de Barcelos são afinal de Abade de Neiva.
De Abade de Neiva, calculem!
Ora, este facto histórico (já Herculano falava nisto e mesmo Tácito, em tempos recuados, o referiu de passagem se bem que ninguém lhes desse crédito...) foi disputado por uma geração de novos historiadores comandados por essa figura de excepção que é o historiador Baganha da Cobra. Este conhecido estudioso, representante da chamada "corrente fraca" (lambiam pilhas de 1.5V para sentir o choque...) participava há dias em acesa discussão no Procópio, durante as Jornadas da Discussão Acesa. Foi ouvido a afirmar, alto e bom som e sem papas na língua: "Ele há dias em que tudo isto nos dá um ganda galo!" Nenhum de nós sabia o que era "isto", mas todos sabíamos que dava uma ganda galo!
Pois, agora coloca-se a questão: quem foi o Abade de Neiva? Pois bem, não digo.
Mudando de assunto.
Isto era para ser um conto de Natal mas eu decidi, como viram, mudar de rumo. E, para corrigir a deriva, vou acabar, de facto, com mais um conto de Natal.
Era uma vez o tio do Pai Natal. Tinha a boca cheia de dentes sem rumo e comia brioches com manteiga e bebia café de mistura. Um dia o tio do Pai Natal, a quem todos chamavam o Tio Zé, apanhou-o distraido e comeu um brioche do Pai Natal. E comeu outro, e outro! Esse Natal ficou-lhe na memória. Foi aquele Natal em que tinha comido um brioche a mais.
Esta é a história de Natal mais comovente que eu alguma vez ouvi. Ouvi-a da boca de uma bruxa escocesa chama Mary O'Diabo. E queria partilhá-la, neste Natal de 2006, com todos os que acreditam que as estrelas são mais do que calosidades do espaço.
Tome um Vallium antes de ler...
2006/12/13
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