
Os doze fugitivos --pois que eram em número de doze, porque, revelou um deles, o piloto lhes anunciou que à dúzia era mais barato-- aproveitaram uma habitual quebra na segurança do paralelo 38 (foi à hora da novela) para se baldarem. A aeronave lusa deslocou-se à Coreia do Norte a pedido do governo norte-coreano em missão humanitária. O governo americano chamou de imediato o embaixador português para lhe anunciar o desagrado do governo norte-americano perante esta "inaceitável intromissão na sua estratégia para a região, por parte de um membro da NATO. Mas uma nota do MNE dizia que "é para o lado que dormimos melhor!" "Bush eat my shorts!!" acrescentava a nota, em linguagem inusitadamente violenta e nada condizente com o tom habitualmente comedido dos procedimentos diplomáticos.
Na conferência de imprensa, os dissidentes anunciaram que dissidiam porque a Coreia estava a entrar, segundo eles, "num período de concessões ao ocidente." A gota que fez transbordar o copo para estes dissidentes foi a novela, inteiramente produzida pela TVI numa reactor nuclear norte-coreano e apropriadamente intitulada "Quero-te mais qu'ao urânio enriquecido!"
"A novela não compensa! O Kim não compensa!" segredaram-nos os foragidos norte-coreanos. "O povo norte-coreano está a ser manipulado," concluiram.
Os doze dissidentes recusaram-se a explicar porque escolheram o ocidente e, nomeadamente Portugal, para protestar contra a política "ocidentalizante" do ditador norte-coreano, mas fontes contactadas pelo RdA estabeleceram a ligação entre os dissidentes e a TVI. Um contrato para uma participação nos "Morangos com açucar" estará na origem da fuga.
O Porto Canal entrou na corrida, declararam fontes bem colocadas ao RdA, mas as suas propostas foram largamente batidas.
Sem comentários:
Enviar um comentário