Tome um Vallium antes de ler...

2006/06/23

Crónica do Mundial 2006

em directo de Berlim

Alípio Bastos foi distinguido por ter produzido a primeira máquina de fazer as contas de um outro rosário. Um feito inovador que mereceu o grito de espanto de toda uma Nação. Alípio recebeu o prémio, assim tão justamente ganho, das mãos de Sua Excelência. Que em nome dessa mesma Nação, prostrada a seus pés e em delírio, quis assim distinguir tão gritantemente heróico feito.

Ora, Sua Excelência estava nesse dia com um terrível problema de oclusão intestinal. Tinham-lhe proposto um tratamento, o cujo começara a dar indicações ténues de vir a poder, com efeito, produzir a cura desejada. Sentindo-o, sua Excelência, tremeu levemente e temeu, por momentos, que o seu pequeno problema pudesse gerar um outro, de efeitos, quiça!, mais dramáticos.
Telefonou Sua Excelência a ministros, a conselheiros, a deputados da Nação, de aquém e de além mar. Indagou, ameaçou, exigiu, enfim, explicações, soluções! Debalde. Sua Excelência estava lixado. O efeito pretendido ao iniciar o tratamento ir-se-ia produzir durante a entrega do prémio relativo ao feito de Alípio Bastos. Ali á frente de todos. Frente a Alípio Bastos, à sua ansiosa e orgulhosa família, aos mais altos dignitários do aparelho, às forças vivas e demais público presente. A Nação expectante assistiu ao termo da sua oclusão intestinal de Sua Excelência no momento preciso da entrega do Prémio Inovar2006. Perante os microfones e as câmaras da TV, em transmissão directa para a Euronews, CNN, Sky. Perante a imprensa nacional e regional. Ao vivo, em reportagem directa para a rádio a válvulas e a pilhas.

Só Deus sabe os momentos suados pelos quais Sua Excelência passou quando, ao estender o cobiçado prémio, sentiu que a oclusão intestinal chegara ao seu irresistível término.
Mas chegou.
O momento foi de enorme desconforto para todos. O cheiro invadiu as papilas olfativas dos presentes. A cena surpreendeu os que assisitiam à distância.
Acompanharemos, naturalmente, este assunto em futuras crónicas. Por agora desejamos-lhe (*).


(*) Colocar aqui aquilo que cada um mais deseja para si.

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